terça-feira, 3 de abril de 2012

CFA 2004 - Final de Sara Nina

Final de Noite dos Lobos
por Sara Nina

Larson sorriu. Um riso que apenas ele entendeu, no exacto momento em que o líder da matilha se preparava para saltar sobre ele, deitou a mão ao seu bolso direito, só que…

- Porra! - Gritou saltando para cima de um tronco - Onde está ele? Onde está o revólver?

O revólver era a sua única saída, ou o encontrava, ou iria fazer uma visitinha eterna ao cemitério. Não continha balas normais, mas sim balas de nitrato de prata, mortais para lobisomens. Tinha de encontrá-la.

O líder da matilha subiu também para o tronco, cravando as suas potentes garras na madeira, enquanto Larson tentava, no topo da árvore, achar uma saída.

- Estes monstros não me vão vencer. Nunca, não lhes vou dar esse prazer!

Tentou concentrar-se e manter o equilíbrio caminhando ao longo de um tronco grosso para se agarrar a outra árvore. O resto da matilha esperava em baixo da árvore, cravando as garras nesta como que à espera de um resto mortal de Larson. Pareciam estar a assistir um show, os seus rugidos soavam como risos, olhos maquiavélicos e super activos, lambiam a saliva que lhes escorria pela boca.

Larson conseguira alcançar a outra árvore, mas, quando lá chegou, o líder da matilha já lá estava e, sem perder tempo, deu-lhe uma patada e Larson caiu no chão. Abrindo os olhos e vendo que o resto da matilha corria para ele, levantou-se e desatou a correr pela clareira fora, voltando pelo caminho por onde viera. Os lobisomens corriam desenfreadamente entre os galhos até que se ouviu um ganido. Larson olhou para trás, continuando a correr e viu que um dos lobisomens tinha posto a pata numa armadilha.

- Menos um. - Pensou.

Foi então que avistou uma estrada, poderia ser a sua salvação! Mas não podia parar. Se o fizesse iria ser despedaçado por aqueles animais raivosos. Correu o mais rápido que pode e avistou um carro que por pouco não o atropelou, atropelando em vez, uma das criaturas. Deixou de ouvir patadas a correr atrás de si e olhou para trás, deparando-se com um cenário horrendo. A matilha estava naquele momento a chacinar a família que vinha dentro do carro. Sangue por todo o lado, um braço junto ao pneu, que logo um deles agarrou comendo-o como se fosse um doce, salivando. Ficou momentos ali, parado, ouvindo os gritos das crianças, duas meninas e vendo os pais, com as tripas já fora do corpo e olhos vazios.

- Malditos sejam! - Gritou - Malditos sejam vocês! Matam a minha família, os meus vizinhos, destroem a minha vila! E, por fim, comem os meus amigos. O que faço? Mais valia ter ficado quieto e ter simplesmente mudado de vila. Que belo esquema…

Nunca vira coisa tão horrenda na sua vida inteira. Desesperado, sem forças e completamente sem esperança, deixou-se cair de joelhos. Foi então que avistou o seu revólver! Abriu-o, mas só tinha uma bala. O que fazer? Nunca iria conseguir matá-los a todos com uma bala!

A refeição tinha acabado, e a matilha já tinha os olhos postos nele outra vez. Não tinha hipótese contra aquelas criaturas! Mas não se deixaria vencer, não seria morto por elas, não por uma questão de orgulho, mas de honra.

Olhou para o céu.

- Que seja feita a vossa vontade, mas pelas minhas mãos!

A sua última visão foi a matilha a correr loucamente para ele, com olhos a despontar de raiva e loucura, caninos salientes, língua de fora e saliva a escorrer. Depois tudo começou a ficar lento, cada vez mais lento e escuro, até que tudo se apagou…

Os lobisomens desmembraram-no furiosamente, soltando rugidos. Larson foi comido por eles, tal como a sua família e amigos, o que era inevitável, pois, afinal… quem conseguiria vencer as criaturas da noite?

Auuuuhhhhh! 




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Agora prepare-se para ler os finais, escritos por:







Releia o início de Simone Nardi.

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